sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Ministério Público vai apurar indícios de sonegação


Ministério Público vai apurar indícios de sonegação

Publicação:12.02,2010
Uma pilha de 100 processos contendo as maiores dívidas ativas existentes no Rio Grande do Norte deverá chegar ainda hoje ao Ministério Público e ser alvo de uma operação de combate à sonegação fiscal, que vai apurar indícios do crime e punir os envolvidos no estado. Juntos, os grandes processos representam débitos superiores a R$ 2,58 bilhões, ou 60% do total de R$ 4,3 bilhões que os contribuintes deixaram de pagar em impostos, multas e outras obrigações ao longo de pelo menos dez anos. É possível que no prazo de um ano os resultados do trabalho sejam apresentados à sociedade, estima a promotora de Justiça e coordenadora do Centro de Apoio Operacional (Caop) do Patrimônio Público, Combate à Sonegação Fiscal e Defesa das Fundações, Izabel Cristina Pinheiro.

Izabel Cristina acredita que  resultados estejam prontos em um anoIzabel Cristina acredita que resultados estejam prontos em um ano


















Foram realizado algum artifício para fraudar, omitir ou não declarar o imposto devido ao fisco. Vários casos de sonegação fiscal são relativos a empresas que devem, declararam a dívida ao fisco e não pagam. Nesses casos, não há crime e só cabe a ação de execução fiscal que se destina a obter o pagamento da dívida fiscal. Esta ação é de atribuição da Procuradoria Geral do Estado. Se constatado o crime, o processo tem tramitação análoga à dos demais crimes, com todas as possibilidades de recursos e as garantias de contraditório e ampla defesa, de acordo com a promotora.

Rombo

Crime ou não, a dívida acumulada apenas pelos maiores devedores representa quase tudo o que o Rio Grande do Norte recolheu em ICMS no ano passado. De acordo com a procuradora chefe da Procuradoria Especializada da Dívida Ativa da PGE, Vaneska Galvão, o rombo é provocado principalmente por empresas do setor de comércio, o que engloba desde revendedoras de combustíveis até atacadistas. “É difícil recuperar totalmente o valor devido, mas a expectativa é grande porque um devedor desse já tem grande representatividade em cima do valor total”, observa.

Para este ano, a expectativa é de que o valor recuperado aumente cerca de 20% sobre o total do ano passado, que chegou a R$ 6.423.351,86. Outra “arma” que a PGE deverá usar para diminuir o tamanho do rombo é enviar para o Serasa os nomes dos devedores. As prioridades serão os que estão na lista dos 100 maiores e as dívidas mais recentes. As inclusões poderão começar em abril deste ano.

O programa de parcelamento de débitos, que prevê descontos sobre multas e juros para quem negociar o que está devendo também deverá reforçar os números. As negociações podem ser feitas até o dia 26 deste mês.