sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Governadora evita tom de confronto na despedida

Publicação:19.02.2010
Na última mensagem anual como governadora do Estado, Wilma de Faria optou por um discurso de prestação de contas, trazendo, apenas discretamente, um tom político. Na solenidade na Assembleia Legislativa a chefe do Executivo enfrentou protesto de servidores. No plenário uma casa dividida, onde pela primeira vez o governo não tem maioria.
Wilma de Faria lê a última  mensagem anual à Assembleia antes de deixar o governo do EstadoWilma de Faria lê a última mensagem anual à Assembleia antes de deixar o governo do EstadoAs galerias da Casa ficaram lotadas pelos servidores da rede estadual de saúde, que cobram reajuste salarial. Foram exatamente eles os responsáveis pela quebra de roteiro da governadora Wilma de Faria. Ela leu todo discurso, exceto no momento em que falou diretamente para os manifestantes. “Aumento salarial não é definição política, é definição técnica. Quero dialogar com os servidores da saúde e da educação. Mas vamos dialogar com hora certa como vocês (os trabalhadores) fazem lá no sindicato”, destacou.

A governadora Wilma de Faria deixou para o final do discurso a abordagem política. Primeiro disse que os adversários políticos nunca se conformaram com a sua vitória. “Como se não bastassem às dificuldades naturais que tínhamos, o passivo que herdamos da própria história e as duras tempestades decorrentes da crise econômica internacional, sempre enfrentamos a má-vontade daqueles que jamais aceitaram a nossa vitória e a nossa vontade de construir um novo estado”, comentou.

No último trecho do discurso ela frisou: “Desafiada eu vou à luta com mais entusiasmo do que nunca”. E ainda citou uma frase de Che Guevara. “Sonha e serás livre de espírito…luta e serás livre na vida”.

Na lista de prestação de contas da administração, a chefe do Executivo citou obras de adutoras, serviços de infraestrutura como a duplicação da Via Costeira e os incentivos fiscais como instrumento para geração de emprego no Rio Grande do Norte. “O Estado deixando de arrecadar R$ 340 milhões ao ano em tributos para que novas atividades pudessem se desenvolver”, frisou.

Homenagem

Durante a leitura anual na Assembleia Legislativa, Wilma de Faria prestou homenagem ao secretário estadual de Educação, Ruy Pereira, que foi vítima de acidente automobilístico ocorrido na semana passada.

“Faço uma pausa nesse instante para homenagear um grande companheiro que comigo lutou todos esses anos, que ao governo entregou toda sua capacidade e sua vibração”, destacou.

Iberê diz não temer maioria

O vice-governador Iberê Ferreira, que assumirá o governo no Executivo estadual a partir de abril, afirmou que não teme o fato de assumir uma administração sem maioria na Assembleia Legislativa. “Nossa relação (com a Assembleia Legislativa) será a melhor possível porque eu, como governador, só mandarei projetos de lei que sejam do interesse público. Conheço o espírito público dos parlamentares aqui da Casa. Consequentemente, não vejo dificuldade. Não enviarei projetos de interesse político partidário”, comentou. Iberê Ferreira tentou minimizar o fato de cinco deputados estaduais (Robinson Faria, Gesane Marinho, Raimundo Fernandes, Antônio Jácome e Ricardo Motta) terem aderido a bancada de oposição. “Esse é um direito que cabe a cada um fazer avaliação que desejar. Respeito”, frisou.