terça-feira, 1 de dezembro de 2009

PRESIDENTE DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL QUER QUE ENVOLVIDOS NO MENSALÃO DO DEM FIQUEM COM BENS INDISPONÍVEIS

PUBLICAÇÃO:01.12. 2009

Gilmar Mendes quer que envolvidos no mensalão do DEM fiquem com bens indisponíveis

Da Agência Estado.

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Gilmar Mendes, defendeu hoje a indisponibilidade dos bens de todos os envolvidos na Operação Caixa de Pandora, da Polícia Federal, que investiga o chamado "mensalão do DEM". Mendes falou sobre o tema em entrevista coletiva, em Maceió, quando questionado sobre o esquema de corrupção envolvendo autoridades do Executivo e Judiciário do Distrito Federal.

"Trata-se de um caso gravíssimo, em que se exige reflexão e ação imediata de todos os setores responsáveis. Mas o Judiciário tem feito sua parte. O combate à corrupção continua, com o aprimoramento das instituições. O STF e o STJ (Superior Tribunal de Justiça) podem dar celeridade aos processos com a convocação de juízes para atuarem como juízes instrutores, por exemplo", comentou o ministro.

Gilmar Mendes disse que o caso ainda está na esfera policial, mas certamente terá o acompanhamento do Ministério Público Federal, que deverá oferecer denúncias contra os acusados. Para o ministro, os envolvidos terão tempo de se defender, mas enquanto isso poderão ter os bens colocados em indisponibilidade pela Justiça "até que seja separado o joio do trigo".

No inquérito da operação Caixa de Pandora, da Polícia Federal, o governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (DEM), e seu vice, Paulo Octávio (DEM), são acusados de envolvimento em um esquema de pagamento de propina a deputados distritais e aliados. As propinas eram pagas por empresas que prestam serviço ao governo do DF. Arruda é apontado como o mentor do esquema, desbaratado por meio de gravações que mostram o próprio governador recebendo um maço de dinheiro, quando ainda era candidato ao governo do DF, nas eleições de 2006.

Durante a coletiva, o ministro disse as investigações se revelam cada vez mais estarrecedoras. "Não se trata de algo incólume. O processo segue o rito normal. Muitas dessas pessoas, por exemplo, terão seus bens declarados indisponíveis", afirmou Mendes.