segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Prefeitos do estado continuam na peleja para conseguir aprovação de proposta na Assembleia.


Publicação:14.12.2009
Deputados têm até terça-feira (15) para voltar proposta de redistribuição di ICMS entre os municípios do RN
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É grande a peleja dos prefeitos do interior do estado que esperam uma definição sobre a proposta de redistribuição do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Liderados pelo presidente da Federação dos Municípios do RN, Benes Leocádio, eles até tentaram pressionar os deputados a votarem na sessão da quinta-feira (10), o projeto que tramita na Assembleia e prevê que a percentagem do imposto destinada aos grandes municípios seja reduzida dos atuais 80% para 75%. Os 5% excedentes seriam divididos com as outras 148 cidades potiguares. Decisão adiada para segunda-feira (14).

Para que as mudanças propostas, seja elas quais forem, entrem em vigor no próximo ano, os deputados precisam votar antes que a Casa entre em recesso - o que está previsto já para próxima quinta-feira, dia 15.

O entrave está nas cidades-pólo que se colocam contra a redistribuição, alegando que o projeto representaria uma perda de R$ 40 milhões em arrecadação - R$ 19 milhões apenas para Natal. Os prefeitos destes municípios, capitaneados pela prefeita Micarla de Sousa (PV), ameaçam retaliar politicamente a governadora e os deputados estaduais que votarem a favor da matéria.

A governadora Wilma de Faria, em visita a cidade de Mossoró no início desta semana dizia que não iria se "intrometer", pois a responsabilidade é do Poder Legislativo, não do Executivo.

Diante das declarações de Wilma, o deputado peemedebista Walter Alves cobrou a participação da Chefe do Executivo, que na opinião dele, não pode ficar "omissa" a essa questão. "A governadora precisa resolver".

Na quarta-feira (9), o secretário chefe do Gabinete Civil, Vagner Araújo veio a público anunciar que o Governo estava disposto a colaborar para um consenso com relação a a redistribuição do imposto. Contudo, o ele garantiu que o Executivo não acatará emendas inconstitucionais e alertou a opinião pública para a possibilidade de utilizarem a discussão com o objetivo de desgastar politicamente o estado.

Aliás, durante a última sessão na Assembleia Legislativa, no calor das discussões teve prefeito que acusou, em alto e bom som a prefeita de Natal Micarla de Sousa, de não querer entendimento na tentativa de com isso conseguir "jogar" o desgaste da situação para Wilma de Faria.

Vagner explicou que a Constituição obriga o estado a repassar 25% do total arrecadado aos municípios e que a distribuição desse percentual fica a cargo de lei estadual da Assembleia Legislativa, que determinou que 20% do valor destinado aos municípios sejam divididos entre as menores cidades.

O secretário garantiu que o estado acatará a proposta que vier da Assembleia, mas lembra que os oposicionistas vêm discutindo a apresentação de emendas inconstitucionais que obrigariam a governadora a vetar a proposta e, consequentemente, se desgastar politicamente.

"O governo é neutro nesse debate e acatará a proposta que vier do Legislativo, desde que não exceda os 25% (do ICMS) previstos em lei, porque o governo será obrigado a vetar. E temos que alertar a opinião pública para que eles não aceitem essa manobra", avisou Vagner Araújo.

O presidente da AL, Robinson Faria, se reúne com o presidente da Femurn, Benes Leocádio na segunda-feira para apresentar uma proposta alternativa que contemple todos os municípios.