sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

MP denuncia acusados de corrupção em Vila Flor
Felinto: no início, MP não demonstrou interesse na denúncia
"Devia bater no peito com orgulho de ter denunciado o esquema de corrupção. Mas quando percebo que honestidade deveria ser regra, não exceção, me envergonho da realidade que via".  As palavras são do vereador do município de Vila Flor, Floriano Felinto, 38 anos
PUBLICAÇÃO: 23.12.2011

O Ministério Público Estadual ofereceu denúncia contra onze pessoas supostamente envolvidas em crimes de formação de quadrilha, corrupção ativa e passiva no município de Vila Flor, cidade distante 70 quilômetros. Dentre os acusados estão o prefeito Grinaldo Joaquim de Souza; Antônio Ivanaldo de Oliveira, irmão de Grinaldo e suplente do vereador Floriano Felinto; João Felipe de Oliveira Neto, secretário municipal de Obras de Vila Flor e os vereadores Pedro Francisco da Silva, Irinaldo da Silva, Ronildo Luiz da Silva, Sandro Márcio da Silva, Hilton Felipe de Oliveira, Ailton Passos de Medeiros, Vidalmir Santos Brito e Magno Douglas Pontes de Oliveira. 

As investigações foram iniciadas em julho a partir de declarações do vereador de oposição, o democrata Floriano Felinto, além de João Maria Marques da Silva. O Ministério Público apurou o suposto pagamento de vantagens ilícitas aos membros da Câmara Municipal de Vila Flor. Tudo orquestrado pelo prefeito Grinaldo Joaquim de Souza, sob a intermediação do ex-secretário de Administração Municipal, Antônio Ivanaldo de Oliveira. De acordo com o relato de Floriano Felinto e João Maria Marques da Silva, o pagamento das benesses que giravam em torno de R$ 500, era feito na própria residência do prefeito. 

Além do valor repassado mensalmente em espécie aos vereadores envolvidos no esquema de corrupção, Grinaldo Joaquim de Souza também distribuía combustível, medicamentos, material de construção e empregos na Prefeitura. Todos os itens comprados em comércios dos vereadores e de pessoas ligadas a eles. Segundo depoimento de Floriano Felinto ao Ministério Público, as investidas do grupo comandado pelo prefeito para que ele passasse a integrar o grupo de beneficiários das vantagens tinha como principal objetivo frear os comentários negativos feitos por Felinto no plenário da Casa Legislativa do Município. 

De acordo com a denúncia oferecida à Justiça ontem, Floriano Felinto retornaria aos quadros do município na função de professor, caso aceitasse a oferta de renunciar ao cargo de vereador para que o irmão de Grinaldo pudesse assumir o cargo. Além disso, receberia cerca de R$ 3 mil mensais em salários como secretário de Meio Ambiente e professor. Nas interceptações das ligações telefônicas e nas gravações feitas com autorização judicial, o prefeito assumir o pagamento das vantagens aos vereadores e definiu a oferta de combustível como uma “besteirinha”.

POSTADO PELA ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO DO  MINISTÉRIO PÚBLICO DO RN