quarta-feira, 2 de novembro de 2011

1º Batalhão de Engenharia de Caicó volta a ser destaque nacional em denúncia contra o DNIT

Deu no jornal Valor Econômico:


PUBLICAÇÃO: 02.11.2011

Depois de receber uma série de justificativas, apresentadas pelo 1º Batalhão de Engenharia de Construção (1º BEC) do Exército, sediado em Caicó, que responde pela adequação e ampliação da capacidade da rodovia, o Tribunal de Contas da União (TCU) concluiu que “não apresentaram argumentos suficientes capazes de esclarecer, descaracterizar ou sanear, totalmente, o indício de irregularidade”.
Entre as questões que esperam resposta está a compra em excesso de materiais como pedra e areia. Os auditores apontam que o Exército adquiriu 200,1 mil metros cúbicos de brita e rachão (produto proveniente da reciclagem de concretos e blocos de concretos) a mais do que estava previsto para a obra, quase 90% acima da previsão inicial, elevando o custo em R$ 7,2 milhões.
Na aquisição de areia, o quantitativo não justificado chega a 33,5 mil metros cúbicos, com preço adicional de R$ 463 mil. Outras irregularidades compõem a análise do TCU.
O Exército alegou que as diferenças de preço são resultado de um conjunto de fatores, como a execução de serviços não medidos, fornecimento de concreto para outras atividades e desperdício de materiais.
O tribunal quer a relação detalhada de pagamentos dos insumos ou serviços ligados ao fornecimento de itens como óleo diesel, areia, cimento, brita/rachão e manutenção e locação de equipamentos.
As irregularidades apontadas pela auditoria envolvem contratos de serviços firmados entre o Exército e a empresa Pedreira Potiguar. Em resposta aos questionamentos feitos pelo TCU, a empresa sustentou que não possui nenhum tipo de controle ou mesmo gestão sobre os meios empregados pelo batalhão na utilização da matéria-prima fornecida, “resumindo-se a efetuar a entrega, tudo de acordo com o que fora contratado, na medida das solicitações enviadas, faturadas e pagas pelo contratante”.
O Exército responde atualmente pela execução de obras em três trechos da BR-101, lotes que estão localizados nos Estados do Rio Grande do Norte, Paraíba e Pernambuco. Iniciadas em janeiro de 2006, as obras tinha previsão de serem concluídas até 2009. Nenhuma delas foi entregue até agora.
No Rio Grande do Norte, as ações planejadas para o trecho de 46,2 quilômetros de estrada foram inicialmente orçadas em R$ 108 milhões. O projeto, no entanto, passou por nada menos que seis revisões, mudanças que elevaram seu custo para R$ 172 milhões, 60% a mais que o previsto inicialmente.
O blog comenta: O atual diretor-geral do DNIT, general Jorge Fraxe, já comandou o 1º BEC de Caicó. E até setembro, ele também comandou a divisão de obras e engenharia do Exército.

POSTADO PELO JORNAL VALOR ECONÔMICO E ROBSON PIRES