Tira, põe, deixa ficar
POR DORA KRAMER - O Estado de S.Paulo
PUBLICAÇÃO: 21.11.2011
Aconteceu no caso da prorrogação do prazo para pagamento de emendas parlamentares de 2009: primeiro anunciou de maneira peremptória que não prorrogaria, mas dois dias depois foi obrigada a mandar dizer o contrário ante a reação negativa dos partidos aliados.
Em maio, foi a vez da lei de acesso à informação. Dilma declarou-se contra o sigilo eterno, mudou de opinião - tendo como porta-voz a ministra Ideli Salvatti - para agradar aos senadores Fernando Collor e José Sarney, mas, diante da posição favorável à liberação dos militares e do Itamaraty, voltou a defender o texto que, afinal, sancionou na sexta-feira pondo fim ao sigilo eterno.
Depois disso, tomaram conta da cena as idas e as vindas nos casos dos ministros envolvidos em escândalos. A todos eles emprestou apoio num primeiro momento para terminar por demiti-los pelas mesmas razões que os levaram à berlinda, alongando o tempo de desgaste.
Seria Dilma uma pessoa indecisa? Não parece. O problema talvez esteja na ausência de um "entorno" experiente, na falta de um conselheiro como Lula teve em Márcio Thomaz Bastos e no temor que impõe à equipe, que, intimidada, prefere deixar a presidente errar sozinha a correr o risco da humilhação.
Apesar dos pesares. Marta Suplicy é antipática? Sabe ser. Arrogante? Como ninguém. Inadequada com as palavras? Às raias da inconveniência.
Diga-se o que for, goste-se dela ou não, uma coisa é certa: a senadora é das raras pessoas no PT que não segue a cartilha do Amém. Tem tutano
MATÉRIA DA JORNALISTA DORA KRAMER DO ESTADÃO.COM.BR POSTADO POR RICARDO NOBLAT DE O GLOBO