quinta-feira, 10 de novembro de 2011

No País do Carnaval a mentira vive mais. Mas também morre sem aviso prévio
PUBLICAÇÃO: 10.11.2011
Nesta terça-feira, a presidente Dilma Rousseff ocupou por quase 10 minutos uma cadeia nacional de rádio e televisão. Poderia ter contado o que tem feito ou pretende fazer para abrandar os efeitos sobre o Brasil da crise econômica europeia. Poderia ter informado a data prevista para o encerramento da procissão de ministros corruptos. Poderia ter explicado por que ainda não conseguiu desengavetar uma única promessa recitada durante a campanha eleitoral. Ou poderia ter tranquilizado milhões de brasileiros com a notícia de que, neste verão, os estragos provocados pela temporada das chuvas serão menos apavorantes que os registrados no começo do ano.

Em vez disso, preferiu iludir os desinformados com mais promessas que não serão cumpridas. Os assombros da vez contemplaram um sistema de saúde que Lula e Dilma até recentemente achavam quase perfeito (embora ambos sempre tenham preferido refugiar-se no Sírio-Libanês quando a coisa aperta). A fórmula se repete há quase nove anos, comprova o vídeo de dois minutos e meio na seção O País quer Saber: quando problemas de bom tamanho afligem o Brasil, o governo contorna a verdade pela trilha da enganação.

No País do Carnaval, a mentira tem uma expectativa de vida muito mais elevada que a registrada em lugares majoritariamente habitados por gente com vergonha na cara. Mas não dura para sempre. E com frequência morre sem aviso prévio.

POSTADO POR AUGUSTO NUNES DA VEJA.COM