domingo, 13 de novembro de 2011

Lixo hospitalar não tem coleta em 60% das cidades do RN
PUBLICAÇÃO: 13.11.2011
Da Tribuna do Norte
No Rio Grande do Norte, cerca de 60% dos municípios (98 de 167) envia o lixo hospitalar para lixões a céu aberto. A média fica bem acima da regional (11,5%) e da nacional (15,4%). Os riscos dessa prática são potencialmente distribuídos para toda a população, não se limitando a catadores de resíduos ou a quem sobrevive de reciclagem de material. O incidente com o Césio 137 em Goiânia, no ano de 1987, ilustra bem as possibilidades de danos que existem por trás do descarte do lixo proveniente de hospitais, unidades de saúde, clínicas e necrotérios sem o devido cuidado e procedimentos previstos. No Brasil, cerca de 60% dos resíduos de saúde coletados são descartados de maneira inadequada, em locais impróprios, trazendo risco à saúde pública, segundo a Associação Brasileira de empresas de Limpeza Pública (Abrelpe). Clébio Azevedo, diretor da Serquip no RN - recentemente vendida para a Sterecycle e única autorizada a tratar o lixo hospitalar do estado - acredita, entretanto, que o índice no RN seja menor. Segundo ele, 80% dos 'resíduos de serviços de saúde' produzidos pelo estado são incinerados pela empresa.

Segundo a Abrelpe, cerca de 2,3 mil toneladas de lixo hospitalar são recolhidas por ano no RN. A quantidade representa 1% de todo lixo hospitalar recolhido no País. Os dados são do Panorama de Resíduos Sólidos no Brasil - 2010. O percentual de municípios que enviam lixo hospitalar para lixões a céu aberto no Rio Grande do Norte - quase quatro vezes maior que o do Nordeste e o do Brasil - preocupa, afirma Maria Auxiliadora Barros, do Departamento de Serviços de Saúde, da Subcoordenadoria de Vigilância Sanitária do RN (Suvisa/RN). "O descarte de resíduos de serviços de saúde de forma inadequada e em locais inapropriados pode ferir e infectar catadores e poluir o meio ambiente", explica. A Suvisa, explica Auxiliadora, fiscaliza os hospitais potiguares com frequência. Quando detecta alguma irregularidade, autua e exige que o hospital dê o destino correto aos seus resíduos. O Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente (Idema), por sua vez, diz fiscalizar a unidade de tratamento da Serquip, única autorizada a atuar no ramo.
POSTADO PELA TRIBUNA DO NORTE