terça-feira, 1 de novembro de 2011

Juízes fazem campanha para valorizar magistratura

Associação do Paraná lança peças publicitárias


PUBLICAÇÃO: 01.11.2011
Com apoio do Tribunal de Justiça do Paraná e da Associação dos Magistrados Brasileiros, a Amapar (Associação dos Magistrados do Paraná) lançou nesta segunda-feira (31/10) a campanha midiática "Olhos Abertos", conjunto de peças publicitárias para valorizar a profissão de juiz.

Com o mote Juiz. Uma profissão. Uma vocação. Uma paixão., a campanha inclui spots de rádio e TV, anúncios para revistas e jornais, cartazes, artes para outdoors, flyers e banners para a internet. Segundo informa a entidade, o publicitário Cláudio Loureiro, diretor da agência Heads, criou gratuitamente a campanha e recebeu uma placa de agradecimento.

“Ressaltamos a profissão do juiz para a sociedade, como agente transformador e mais próximo do jurisdicionado. O estopim da campanha foi o assassinato cruel da juíza Patrícia Accioly. Isso deixou evidente a exposição de todos nós e decidimos enaltecer o trabalho do magistrado, comprometido com o seu tempo e dedicado a fazer justiça", disse o presidente da Amapar, Gil Guerra, ao explicar a iniciativa.

A campanha surge no momento em que se discute a atuação do Conselho Nacional de Justiça, seus poderes e limites para fiscalizar e punir juízes, e quando a magistratura é alvo de críticas.

“Hoje abrimos os olhos e vamos aguçar os sentidos da população. Há os que se desviam de suas obrigações, mas os fazemos retirar a toga. Esses são processados e condenados”, disse o presidente da AMB, Henrique Nelson Calandra, no lançamento da campanha.

Eis o destaque de uma das peças da campanha: "Já viu alguém ser condenado antes de qualquer julgamento? Infelizmente, é o que tem acontecido com os juízes no Brasil".

Segundo o texto, "diante de criminosos, traficantes, um juiz não tem medo de mostrar a cara. Mas se agem e trabalham para reparar injustiças, os juízes brasileiros também sofrem e são vítimas delas. Pois não há outra forma de combater uma tendência que, das mais diversas formas, tenta culpar os juízes pelas falhas e pela morosidade dos julgamentos. É contra isso que a magistratura se levanta".

Nesta segunda-feira (31/10), o jornal "Gazeta do Povo", do Paraná, informou que "embora a campanha não tenha sido criada originalmente para rebater a frase da corregedora nacional de Justiça, Eliana Calmon, que disse haver “bandidos de toga” no país, a associação afirma que o fato acabou tornando a discussão mais relevante".

Segundo o jornal, a corregedora ficou irritada com a peça que sugere ao leitor que os juízes são "condenados antes de qualquer julgamento”. Eliana diz que “é um exagero que às vezes toca as raias da irresponsabilidade”.

Segundo o blog do Josias, a corregedora do CNJ entende que a publicidade não é o melhor recurso para elevar a autoestima dos juízes: “O que aumenta a autoestima é dizer o seguinte: nós somos trabalhadores e provamos isso com estatísticas, com eficiência, com boas condutas, boas práticas.”
POSTADO NA FOLHA ONLINE NO BLOG DA FOLHA POR FREDERICO VASCONCELOS / BLOG DA FOLHA.COM