quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Deu em O Globo

Diretor do ‘Estado de Minas’ desmente Amaury

À PF, Josemar Gimenez diz ainda que jornal não bancou viagens

PUBLICAÇÃO: 04.11.2010 
 
Jornalistas: Jailton de Carvalho e Roberto Maltchik

O diretor de Redação do "Estado de Minas", Josemar Gimenez, negou ontem, em depoimento à Polícia Federal, que o jornal tenha encomendado ao jornalista Amaury Ribeiro Júnior a quebra do sigilo fiscal de Eduardo Jorge Caldas e outros tucanos ligados ao candidato derrotado à Presidência, José Serra (PSDB).
Gimenez negou também que o "Estado de Minas" tenha bancado as viagens do jornalista de Belo Horizonte a São Paulo, entre setembro e outubro de 2009, período da quebra do sigilo.
A polícia apura eventuais vínculos entre o jornal e a violação do sigilo fiscal dos tucanos, um dos escândalos da campanha deste ano.
Num dos quatro depoimentos ao delegado Hugo Uruguai, antes do segundo turno das eleições, Amaury disse que fez um levantamento sobre Eduardo Jorge e outras pessoas para contrapor a uma investigação que estaria sendo feita por um suposto grupo do deputado Marcelo Itagiba (PSDB-RJ) contra o ex-governador de Minas Aécio Neves.
No período, Serra e Aécio eram potenciais candidatos do PSDB à Presidência.
"O ‘Estado de Minas’ nunca pediu a Amaury que investigasse qualquer suposto dossiê contra o então governador Aécio Neves", disse Gimenez, conforme cópia do depoimento a que O GLOBO teve acesso.
Segundo Gimenez, "caso Amaury tenha feito uma investigação sobre isso, foi por conta própria".
Gimenez sustenta ainda que o jornal pagou despesas de viagem de Amaury pela última vez em 23 de julho do ano passado, dois meses antes das datas em que houve as quebras de sigilo.
As passagens usadas por Amaury para viajar de Belo Horizonte a São Paulo, entre setembro e outubro do ano passado, foram reservadas por Marcelo Augusto de Oliveira, corretor da Primus Turismo, empresa que presta serviços ao "Estado de Minas"
FONTE RICARDO NOBLAT