Nos jornais: Agricultura vira cabide de emprego da cúpula do PMDB
PUBLICAÇÃO: 07.08.2011
Parentes de caciques peemedebistas que exercem cargos na Conab foram defendidos pelo ministro da Agricultura, Wagner Rossi. Jornais também destacam dificuldades da presidenta Dilma Rousseff com a base aliada e auxiliares, além da situação econômica dos EUA
Folha de S. Paulo
Agricultura vira cabide de emprego da cúpula do PMDB
O ministro da Agricultura, Wagner Rossi, transformou uma empresa pública, a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), num cabide de empregos para acomodar parentes de líderes políticos de seu partido, o PMDB. O loteamento começou quando Rossi dirigiu a estatal, de junho de 2007 a março de 2010. Ele deu ordem para mais doue quadruplicar o número de assessores especiais do gabinete do presidente -de 6 para 26 postos. Muitos cargos somente foram preenchidos, porém, depois que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva escolheu Rossi para o comando da Agricultura -o ministério ao qual a Conab responde.
Neste ano, já no governo de Dilma Rousseff, foram definidas 21 nomeações. Algumas contratações foram assinadas de próprio punho pelo ministro, homem de confiança do vice-presidente Michel Temer, presidente licenciado do PMDB. Receberam cargos, entre outros, um filho de Renan Calheiros (AL), líder do PMDB no Senado; a ex-mulher do deputado Henrique Eduardo Alves (RN), líder do partido na Câmara; um neto do deputado federal Mauro Benevides (CE); e um sobrinho de Orestes Quércia, ex-governador e ex-presidente do PMDB de São Paulo, que morreu no ano passado.
Ministro diz que nomeou “pessoas qualificadas”
O ministro da Agricultura, Wagner Rossi (PMDB), defendeu as nomeações de parentes de políticos para cargos de confiança na Conab, mas nega que isso configure aparelhamento da estatal. “Partidos da base aliada -PT, PMDB e PTB- e outras legendas indicam pessoas qualificadas para o cargo, e o governo promove as nomeações”, disse Rossi por meio de sua assessoria.
“Parente pode ser bom de serviço”, afirma dirigente
O presidente da Conab, Evangevaldo dos Santos, disse à Folha que parente de político “pode ser bom de serviço”, mas que não saberia dizer se os familiares de líderes peemedebistas estariam empregados na estatal não fosse o parentesco.
FONTE: FOLHA DE SÃO PAULO / CONGRESSOEMFOCO