POLITICA
O CRIME, NO BRASIL, CONTINUA COMPENSANDO
Salvatore Cacciola ganha liberdade condicional
O livramento foi assinado pela juíza Natascha Maculan Adum Dazzi
Ricardo Setti
Cacciola: banqueiro ri à-toa - de 13, cumpriu 3 anos de cadeia
PUBLICAÇÃO: 25.06.2011
É duro para um democrata e um defensor do Estado de Direito, como eu, engolir certas coisas. Quando muita gente diz, por exemplo, reclamando, que “a polícia prende, mas a Justiça solta”, sempre tento argumentar que temos uma Constituição, temos leis, temos procedimentos legais, que não se podem permitir abusos etc.
Mas fica difícil explicar aos simplistas, defensores da tese de que a Justiça é leniente com a bandidagem, mesmo quando a polícia cumpre seu papel, diante de casos como o do ex-dono do banco Marka, Salvatore Cacciola.
Praticando fraude e violando a lei, ele causou em benefício próprio, comprovadamente, um brutal prejuízo de 1,5 bilhão de reais ao Tesouro brasileiro, lesou 1.300 investidores e, livre da Justiça graças a um habeas-corpus muito controvertido, passou a viver na Itália.
Mas foi condenado a uma dura pena de cadeia — 13 anos — e, para o bem do cumprimento da Justiça, terminou sendo capturado por um descuido seu, quando passava uma temporada no nababesco Principado de Mônaco, extraditado para o Brasil e entrou em cana.
Só que cumpriu 3 anos e meio, dos 13, e, graças à infinita generosidade de nossas leis para com bandidos, já está sendo libertado. Ainda esta semana deverá estar livre, leve e solto. “Livre como um táxi”, como diz um grande amigo meu.
O homem está aí para provar que, no Brasil, o crime compensa.
Leiam reportagem completa sobre o caso.
FONTE: RICARDO SETTI / REVISTA VEJA