quinta-feira, 8 de setembro de 2011

MARCHA

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PUBLICAÇÃO: 08.09.2011
A Marcha Contra a Corrupção, convocada pelas redes sociais na internet, ofuscou o desfile comemorativo do 7 de Setembro, em Brasília, historicamente marcante por causa da participação do presidente da República e das Forças Armadas.
Cerca de 25 mil pessoas, segundo a Polícia Militar, caminharam ontem por uma via da Esplanada dos Ministérios para protestar contra a série de escândalos que marcam a política contemporânea brasileira.
No mesmo momento, a presidente Dilma Rousseff estreava, do outro lado da rua, no papel de primeira mulher presidente a comandar a cerimônia nacional do Dia da Pátria.
A forte segurança do 7 de Setembro impediu o contato de integrantes da marcha com participantes do desfile oficial. O sucesso do protesto ocorreu uma semana após congresso do PT demonstrar que não apoia nenhum tipo de “faxina” anticorrupção no governo e de considerar que esses movimentos eram parte de uma “conspiração midiática” e uma forma de promover a “criminalização generalizada” da base aliada ao Planalto.
A marcha evitou as referências partidárias. Membros do PSOL tentaram levar bandeiras do partido, mas foram impedidos de seguir adiante com os adereços. O senador Álvaro Dias ensaiou entrar na marcha, mas, advertido, preferiu apenas acompanhá-la discretamente.
Vestidos de preto, com narizes de palhaço, faixas e cartazes, os manifestantes criticaram a absolvição da deputada Jaqueline Roriz, na semana passada, o voto secreto no Congresso, os recentes escândalos de corrupção.
Pediram até a destituição de Ricardo Teixeira da presidência da Confederação Brasileira de Futebol (CBF).
Exigiram, ainda, a aplicação imediata da Lei da Ficha Limpa – que depende de julgamentos no Supremo Tribunal Federal. Uma faixa vinculava o nome do ditador líbio Muamar Kadafi à política brasileira, lembrando que qualquer um pode se candidatar, independentemente da ficha criminal. “Kadafi, não importa o seu passado, no Brasil você pode ser deputado.”
As faixas levadas à manifestação tinham frases fortes e bem- humoradas. Havia dizeres como: “País rico é país sem corrupção”; “Fim do voto secreto”; “Corrupto safado, pede para sair”; “Contra Sarney e sua gangue”; “Menos ratos e mais ratoeiras”; “Deus, salve o Brasil”; “Não precisa de CPMF, basta não roubar”, e “Jack horroriza” (alusão à deputada Jaqueline Roriz, flagrada em vídeo recebendo maços de dinheiro do esquema de corrupção no Distrito Federal).
POSTADO PELO JBF