quarta-feira, 14 de setembro de 2011

BRASIL - VIOLÊNCIA


Inquérito: foram PMs que mataram a Juíza carioca

PUBLICAÇÃO: 14.09.2011
As conclusões das investigações apontam que um Tenente e dois Cabos do 7º BPM, de São Gonçalo, foram os assassinos da juíza Patrícia Acioli, alvejada quando chegava em casa, em Niterói, Rio de Janeiro. Os assassinos queriam evitar que a magistrada decretasse as suas prisões pelo assassinato de Diego de Souza Beliene, de 18 anos, morto no mês de junho. O crime foi em vão, antes de ser assassinada, a magistrada já havia assinado a ordem de prisão.

Foto: Frederico Rozario/Agência O Globo


IRONIA - Uma ordem de prisão emitida pela Juíza Patrícia Acioli, colocou na cadeia os seus

Fontes: VEJA – Abril , Jornal do Brasil, G1, O Dia

O tenente Daniel dos Santos Benitez Lopes e os cabos Sergio Costa Junior e Jefferson de Araújo Miranda, do Grupo de Ações Táticas (GAT) do 7º BPM (São Gonçalo), são os responsáveis pelo assassinato da juíza carioca Patrícia Lourival Acioli, morta em 11 de agosto, com 21 tiros, deflagrados diante da sua residência, em Niterói.

Os três tiveram prisão temporária decretada na noite de domingo. O grupo, composto de um tenente e dois cabos já estava preso no Batalhão Especial Prisional (BEP). O trio também é acusado de participação na morte de Diego de Souza Beliene, de 18 anos, no Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo, no mês de junho.

A motivação do crime, era que os três queriam evitar que Patrícia Acioli expedisse suas prisões. Não sabiam que horas antes da ser assassinada, a juíza já havia determinado a prisão do bando.

No dia do crime, 11 de agosto, Patrícia Acioli disse à advogada dos três policiais que pretendia decretar a prisão do grupo. De acordo com o inquérito, a advogada transmitiu essa informação aos policiais.

Patrícia não se convenceu que Diego de Souza Beliene, fora morto após um “auto de resistência” – termo que designa as ações em que os policiais atiram diante de uma reação violenta da vítima.

A análise das imagens de câmeras de segurança do condomínio onde morava Patrícia Acioli, do trajeto percorrido por ela naquela noite e do próprio Fórum de São Gonçalo, foi fundamental para a identificação dos suspeitos. A motocicleta com os assassinos apareceram em todas as gravações.

O inquérito mostra que na noite de 11 de julho, um mês antes da morte de Patrícia, os acusados estiveram em frente à residência da juíza, no bairro de Piratininga. Eles teriam, nesse dia, feito um reconhecimento do local para planejar o crime. Na data em que a a Polícia Civil havia pedido a prisão temporária deles.

As investigações prosseguem procurando identificar outros integrantes da corporação que poderiam ter colaborado com os assassinos. Querem saber como eles conseguiram fazer o reconhecimento da casa da juíza, planejando o crime, numa viatura do 12º BPM de Niterói. O veículo não foi escolhido por acaso: os acusados usaram uma viatura não equipada com GPS, que atualmente é um padrão na PM, para evitar fosse refeito o percurso executados por eles.

Na noite do assassinato de Patrícia Acioli, os celulares dos acusados foram rastreados perto do Fórum de São Gonçalo – local a partir do qual ela foi seguida. Depois disso, os aparelhos foram desligados.

A advogada Letícia Lins e Silva, que representa a família da juíza, afirmou ao site de VEJA que a conclusão da investigação confirma o que, desde o início do caso, era tido como certo pelos parentes da magistrada – a suspeita de que policiais militares estariam por trás do assassinato. “A família fica satisfeita com a elucidação do caso, mas é cedo para sabermos se há mais pessoas envolvidas nisso”, disse Letícia.
FONTE: REVISTA VEJA