terça-feira, 13 de abril de 2010

Wilma no fogo cruzado

Publicação: 13.04.2010
Fonte: Blog Robson Pires / Novo Jornal.

Da Roda Viva, no Novo Jornal

A ex-governadora Wilma de Faria tem um grave problema para administrar nos próprios dias: – Escapar do isolamento em que terminou colocada com os últimos acontecimentos.

O acordo firmado, ontem, pela prefeita Micarla de Souza com os deputados Henrique Alves e João Maia pode ser fatal para a manutenção da candidatura de Wilma ao Senado.

Do seu isolamento, com possibilidade de coligar-se praticamente, apenas com o PT, o PTB do deputado Ezequiel Ferreira de Souza e o PPS do deputado Wober Júnior, Wilma terá enormes dificuldades de encontrar um suplente que possa agregar alguma densidade eleitoral. É preciso não esquecer o desconforto de uma aliança formal com o PPS que tem uma posição contra o presidente Lula muito mais radical do que o DEM e o próprio PSDB.

As melhores alternativas que restam para ela, sem PMDB, PR e PV, estão todas dentro do seu próprio partido, o PSB.

Enquanto isso ocorre de um lado, do outro o caminho está aberto para o senador Garibaldi Alves formar a chapa dos seus sonhos, confirmando o nome de Rose de Souza, irmã de Micarla, como sua suplente.

Do lado de José Agripino, a nova coligação para a eleição proporcional também facilitou a sua vida o deixando livre para ter um representante do PSDB (leia-se João Faustino) como suplente, repetindo em nível estadual a aliança que dá suporte ao candidato José Serra.

Resta à Wilma a tentativa de atrair o PDT de Carlos Eduardo e Álvaro Dias para formar ao lado de alguns partidos nanicos a sua coligação.

Mas essa possibilidade de aliança passa pela exclusão do nome do governador Iberê Ferreira de Souza da chapa, uma hipótese que certamente foi levada em conta para apressar a aliança PMDB, PR e PV, mas que é difícil de ser escancarada antes do início do tratamento a que ele vai se submeter a partir de hoje.

O estrago feito na chapa majoritária é ainda maior do que na proporcional onde fica um horizonte de – no máximo – duas cadeiras de Deputado Federal para acomodar as deputadas Fátima Bezerra e Sandra Rosado e ambas sabem que essa coligação pode ficar só com uma cadeira.

A distribuição de alianças está, apenas, começando.