Deu em O Globo
Procuradora pode ser alvo de representação
PT fala em apresentar queixa ao Conselho do Ministério Público contra Sandra Cureau, que estuda processar Lula
Isabel Braga e Roberto Maltchik
Publicação: 19.07.2010
O PT decide hoje se entrará com representação contra a vice-procuradora geral eleitoral, Sandra Cureau, no Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP).
O presidente do partido, José Eduardo Dutra, acusou ontem a procuradora de extrapolar suas funções de zelar pelo cumprimento da legislação eleitoral.
A cúpula petista ficou irritada depois que Sandra afirmou que, em tese, o presidente Lula teria usado irregularmente a máquina pública para promover a candidatura de Dilma Rousseff, na cerimônia de lançamento do edital de licitação do Trem de Alta Velocidade.
— Minha opinião é de que há elementos (para a representação). A vice-procuradora extrapolou suas prerrogativas. Procuradores não podem querer aparecer mais do que candidatos. Ela parece deslumbrada com os holofotes — disse Dutra.
Lula, que já acumula seis multas por propaganda antecipada em favor de Dilma, citou a candidata no evento oficial, apontando-a como a responsável pela consolidação do projeto do trem-bala.
A procuradora pediu cópias das imagens para decidir se entra com uma ação de investigação eleitoral contra o presidente. Anteontem, em Jales (SP), Dilma acusou Sandra de usar "dois pesos e duas medidas".
O que mais irritou os petistas foram os comentários da procuradora à imprensa, nos quais ela sugere que houve uso da máquina pública.
Mas os advogados de Dilma têm receio de que a medida se transforme em embate político com os procuradores, que têm poderes para pedir impugnação de candidaturas.
Ao GLOBO, Sandra Cureau disse estar com a consciência tranquila sobre sua atuação como representante do MP na fiscalização da disputa deste ano.
— Não tenho posição partidária, mas institucional. Não estou preocupada com isso. Sei muito bem a isenção que o Ministério Público deve ter. É fácil provar que não há qualquer favorecimento. Basta observar nossa ação junto ao TSE — disse.
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