Bando rouba caixa com R$ 100 mil
Publicação: 29 de Outubro de 2009
Uma quadrilha formada por mais de 20 homens invadiu o prédio da Prefeitura Municipal de Carnaubais, distante cerca de 90 km de Mossoró, e fugiu levando um caixa eletrônico da sala de autoatendimento do Banco do Brasil (BB), único na cidade. Uma parte da quadrilha estava encapuzada e todos eles estavam fortemente armados. A ação durou pouco mais de 30 minutos. Na fuga, eles ainda fizeram um refém. O valor estimado do dinheiro levado é de R$ 100 mil. Ontem, quatro suspeitos tinham sido presos.
Segundo apurou a equipe de reportagem na cidade, os bandidos chegaram por volta das 3h de ontem. O grupo estava dividido em cinco carros diferentes: VW Kombi, Mitsubishi Pajero, VW Gol, Fiat Pálio, e um outro que não foi identificado pelas vítimas. Antes de chegar à sede da prefeitura, onde funciona uma sala de autoatendimento do BB, os criminosos renderam o segurança de um outro prédio próximo á prefeitura, que tinha ido ao local tomar café. Os assaltantes não tiveram dificuldades para quebrar a porta de vidro e chegar ao caixa eletrônico, que era o alvo.
Segundo apurou a equipe de reportagem na cidade, os bandidos chegaram por volta das 3h de ontem. O grupo estava dividido em cinco carros diferentes: VW Kombi, Mitsubishi Pajero, VW Gol, Fiat Pálio, e um outro que não foi identificado pelas vítimas. Antes de chegar à sede da prefeitura, onde funciona uma sala de autoatendimento do BB, os criminosos renderam o segurança de um outro prédio próximo á prefeitura, que tinha ido ao local tomar café. Os assaltantes não tiveram dificuldades para quebrar a porta de vidro e chegar ao caixa eletrônico, que era o alvo.
Caixa eletrônico foi arrancado da sala de autoatendimentoDe acordo com dois seguranças que estavam ontem à tarde na prefeitura, o outro vigilante que estava trabalhando na noite do assalto ouviu a chegada dos criminosos, mas não teve como reagir porque trabalha desarmado e, principalmente, estava em desvantagem. “Ele ficou lá dentro. Não tinha o que fazer”, justifica um dos seguranças. Os bandidos colocaram o caixa-eletrônico dentro da Kombi, que já havia sido adaptada para este trabalho – os bancos foram retirados para ganhar espaço –, e foram em direção a Alto do Rodrigues, cidade vizinha.
Porém, antes de fugir, a quadrilha ainda parou no posto de combustíveis Ale e fez mais um novo assalto. Segundo funcionários que estavam ontem no estabelecimento, os criminosos ainda quiseram levar o frentista como refém, mas desistiram. Do posto, os ladrões levaram apenas R$ 350 em dinheiro. De lá, eles foram para Alto do Rodrigues, ainda com o vigia feito refém. A vítima foi liberada na estrada que liga as duas cidades e foi socorrida por funcionários da Petrobras, que passaram pelo local logo depois. Neste intervalo, a Polícia Militar foi acionada e começou a busca.
De acordo com o cabo Chacon, comandante da PM em Carnaubais, ele conseguiu reunir uma equipe com cinco policiais e saiu em direção a Alto do Rodrigues. Através dos rastros de pneu deixados pela quadrilha, os policiais conseguiram chegar até a casa que pertence a um homem identificado, até então, apenas como “Alamique”, que já era investigado sob suspeita de envolvimento com outros crimes naquela região. No local, a PM encontrou um dos carros usados pela quadrilha – o Gol – estacionado e, pelo motor do carro, perceberam que ele havia acabado de parar.
“A gente viu que o capuz do carro estava quente na hora que chegamos e que havia gente dentro da casa. Aí, para não chamar atenção, a gente inventou que ia embora, mas dois policiais ficaram escondidos no meio do mato. Eles pensaram que não tinha mais ninguém e resolveram sair de dentro da casa. Foi nessa hora que os policiais fizeram a abordagem”, explica o cabo Chacon. Dos quatro suspeitos presos, um deles é adolescente e tem apenas 16 anos. Todos confessaram que tinham participado do assalto e no momento da prisão, nenhum deles portava armas de fogo.
As buscas continuaram durante toda a manhã de ontem, mas os outros não foram localizados. Dos quatro suspeitos que foram presos, três são de Natal e o outro de Carnaubais. Ontem, a Polícia Militar ainda conseguiu localizar os destroços do caixa eletrônico entre as cidades de Pendências e Porto do Mangue, ambas no Vale do Açu. Os pedaços estavam dentro da Kombi de cor branca e placas HDU – 7914, Parnamirim, que foi usada para transportar o equipamento. Pela placa da Kombi, a polícia descobriu que a mesma havia sido furtada em Parnamirim.
Polícia crê que os ‘cabeças’ fugiram
Das quatro pessoas que foram presas cerca de uma hora depois do assalto ao caixa eletrônico do Banco do Brasil de Carnaubais, a Polícia Civil, que vai tomar conta da investigação deste caso, tem pelo menos uma certeza: nenhum destes quatro exercia papel de liderança no grupo.
Os jovens Maxwell Tavares de Medeiros, 22 anos, Antônio Tiago Marques Borges, 26, Antônio Leonardo Cirilo Júnior, 27, e o adolescente de 16 anos, confessaram sua participação no assalto, mas disseram apenas que foram contratados para ajudar a carregar o caixa-eletrônico. Dos quatro, apenas Tiago é natural de Mossoró, mas residia há vários anos em Carnaubais. Os outros são de Natal, assim como os outros integrantes da quadrilha que já teriam sido identificados.
Pelo serviço, cada um receberia entre R$ 1 mil e R$ 2 mil, apenas para ajudar a colocar o caixa eletrônico dentro da Kombi. Estes, segundo o delegado Normando de Lira Feitosa, são conhecidos no meio policial como os “peixes pequenos”.
À reportagem, Maxwel, Tiago e Leonardo disseram que foram contratados por um homem que se apresentou pra eles como “Alan”, que provavelmente é o homem que foi identificado pela PM de Carnaubais como “Alamique”.
Eles contaram que foram contratados para fazer o serviço e que todos tinham de se encontrar em uma determinada localidade, entre Assu e Carnaubais. “A gente foi pra lá e já tava todo mundo. Ninguém conhecia ninguém. A gente só conhecia esse tal de Alan mesmo. Os outros já estavam com os rostos cobertos”, conta Maxwell.
De acordo com o delegado Normando de Lira Feitosa, que responde pela Delegacia de Polícia Civil de Apodi e será responsável pela investigação, os suspeitos, além de confessar suas participações, deram nomes de outros envolvidos. “A gente tem o nome de mais cinco pessoas que estão sendo investigadas. Não restam dúvidas de que esse grupo esteja agindo aqui na região há muito tempo”, diz Normando.
Pela quantidade de pessoas envolvidas neste assalto e o retorno financeiro, que pode variar entre R$ 100 mil e R$ 120, a princípio, explica o delegado, algumas pessoas imaginam que possa parecer pouco. Mas ele esclarece que a divisão dos lucros não é feita de igual para igual. No caso dos quatro que foram presos ontem, eles receberiam entre R$ 1 mil e R$ 2 mil, porém os “cabeças” ficariam com mais.
Ligação com outros assaltos é investigada
Apesar de ainda estar no início, a Polícia Civil já se arrisca a fazer algumas afirmações acerca do grupo que roubou o caixa eletrônico de Carnaubais durante a madrugada de ontem. Uma das certezas do delegado Normando de Lira Feitosa é que o bando está envolvido com pelo menos três outros crimes de natureza semelhante que foram registrados no interior do Rio Grande do Norte durante os últimos meses. Um destes crimes pode ser o ousado assalto em Arês.
O modo operacional usado pela quadrilha de ontem lembra bastante a ação que foi realizada por uma quadrilha na cidade de Arês no fim de setembro. O crime foi praticado por cerca de 20 homens, todos fortemente armados, divididos em vários veículos diferentes.
Os bandidos arrancaram o caixa eletrônico de um terminal de atendimento do Banco do Brasil da cidade e fugiram levando-o em um veículo tipo Sprinter, que pertencia à Prefeitura Municipal de Parnamirim e havia sido furtado pouco antes.
Na hora do assalto, os bandidos ainda fizeram três rapazes que estavam próximo ao banco de refém e os obrigaram a arrancar o caixa-eletrônico e colocá-lo no carro. Um deles foi liberado logo depois e os outros dois foram soltos pelo bando mais adiante.
Na fuga, os criminosos – uma parte deles usando máscaras de palhaços –, ainda efetuaram uma série de disparos contra o hospital da cidade e também contra a fachada da delegacia local. Por pouco, um médico que ouviu o barulho e resolveu abrir a janela do hospital não foi atingido por um dos disparos.
No momento do assalto, a delegacia da cidade contava apenas com um policial de plantão, que estava desarmado, sem colete à prova de bala e com a viatura quebrada.
Ao ser questionado sobre a ligação entre o assalto de Arêz e este último, em Carnaubais, Normando confirmou que a polícia trabalha com essa possibilidade. “Olha, foram registrados três casos dessa natureza recentemente. Nós estamos investigando para saber se esse pessoal que foi preso hoje tem alguma ligação com esse grupo (dos palhaços). Eu acredito que deva haver alguns remanescentes. Esse pessoal, entre eles, sempre há um contato para este tipo de coisa”, comenta Normando.
Porém, antes de fugir, a quadrilha ainda parou no posto de combustíveis Ale e fez mais um novo assalto. Segundo funcionários que estavam ontem no estabelecimento, os criminosos ainda quiseram levar o frentista como refém, mas desistiram. Do posto, os ladrões levaram apenas R$ 350 em dinheiro. De lá, eles foram para Alto do Rodrigues, ainda com o vigia feito refém. A vítima foi liberada na estrada que liga as duas cidades e foi socorrida por funcionários da Petrobras, que passaram pelo local logo depois. Neste intervalo, a Polícia Militar foi acionada e começou a busca.
De acordo com o cabo Chacon, comandante da PM em Carnaubais, ele conseguiu reunir uma equipe com cinco policiais e saiu em direção a Alto do Rodrigues. Através dos rastros de pneu deixados pela quadrilha, os policiais conseguiram chegar até a casa que pertence a um homem identificado, até então, apenas como “Alamique”, que já era investigado sob suspeita de envolvimento com outros crimes naquela região. No local, a PM encontrou um dos carros usados pela quadrilha – o Gol – estacionado e, pelo motor do carro, perceberam que ele havia acabado de parar.
“A gente viu que o capuz do carro estava quente na hora que chegamos e que havia gente dentro da casa. Aí, para não chamar atenção, a gente inventou que ia embora, mas dois policiais ficaram escondidos no meio do mato. Eles pensaram que não tinha mais ninguém e resolveram sair de dentro da casa. Foi nessa hora que os policiais fizeram a abordagem”, explica o cabo Chacon. Dos quatro suspeitos presos, um deles é adolescente e tem apenas 16 anos. Todos confessaram que tinham participado do assalto e no momento da prisão, nenhum deles portava armas de fogo.
As buscas continuaram durante toda a manhã de ontem, mas os outros não foram localizados. Dos quatro suspeitos que foram presos, três são de Natal e o outro de Carnaubais. Ontem, a Polícia Militar ainda conseguiu localizar os destroços do caixa eletrônico entre as cidades de Pendências e Porto do Mangue, ambas no Vale do Açu. Os pedaços estavam dentro da Kombi de cor branca e placas HDU – 7914, Parnamirim, que foi usada para transportar o equipamento. Pela placa da Kombi, a polícia descobriu que a mesma havia sido furtada em Parnamirim.
Polícia crê que os ‘cabeças’ fugiram
Das quatro pessoas que foram presas cerca de uma hora depois do assalto ao caixa eletrônico do Banco do Brasil de Carnaubais, a Polícia Civil, que vai tomar conta da investigação deste caso, tem pelo menos uma certeza: nenhum destes quatro exercia papel de liderança no grupo.
Os jovens Maxwell Tavares de Medeiros, 22 anos, Antônio Tiago Marques Borges, 26, Antônio Leonardo Cirilo Júnior, 27, e o adolescente de 16 anos, confessaram sua participação no assalto, mas disseram apenas que foram contratados para ajudar a carregar o caixa-eletrônico. Dos quatro, apenas Tiago é natural de Mossoró, mas residia há vários anos em Carnaubais. Os outros são de Natal, assim como os outros integrantes da quadrilha que já teriam sido identificados.
Pelo serviço, cada um receberia entre R$ 1 mil e R$ 2 mil, apenas para ajudar a colocar o caixa eletrônico dentro da Kombi. Estes, segundo o delegado Normando de Lira Feitosa, são conhecidos no meio policial como os “peixes pequenos”.
À reportagem, Maxwel, Tiago e Leonardo disseram que foram contratados por um homem que se apresentou pra eles como “Alan”, que provavelmente é o homem que foi identificado pela PM de Carnaubais como “Alamique”.
Eles contaram que foram contratados para fazer o serviço e que todos tinham de se encontrar em uma determinada localidade, entre Assu e Carnaubais. “A gente foi pra lá e já tava todo mundo. Ninguém conhecia ninguém. A gente só conhecia esse tal de Alan mesmo. Os outros já estavam com os rostos cobertos”, conta Maxwell.
De acordo com o delegado Normando de Lira Feitosa, que responde pela Delegacia de Polícia Civil de Apodi e será responsável pela investigação, os suspeitos, além de confessar suas participações, deram nomes de outros envolvidos. “A gente tem o nome de mais cinco pessoas que estão sendo investigadas. Não restam dúvidas de que esse grupo esteja agindo aqui na região há muito tempo”, diz Normando.
Pela quantidade de pessoas envolvidas neste assalto e o retorno financeiro, que pode variar entre R$ 100 mil e R$ 120, a princípio, explica o delegado, algumas pessoas imaginam que possa parecer pouco. Mas ele esclarece que a divisão dos lucros não é feita de igual para igual. No caso dos quatro que foram presos ontem, eles receberiam entre R$ 1 mil e R$ 2 mil, porém os “cabeças” ficariam com mais.
Ligação com outros assaltos é investigada
Apesar de ainda estar no início, a Polícia Civil já se arrisca a fazer algumas afirmações acerca do grupo que roubou o caixa eletrônico de Carnaubais durante a madrugada de ontem. Uma das certezas do delegado Normando de Lira Feitosa é que o bando está envolvido com pelo menos três outros crimes de natureza semelhante que foram registrados no interior do Rio Grande do Norte durante os últimos meses. Um destes crimes pode ser o ousado assalto em Arês.
O modo operacional usado pela quadrilha de ontem lembra bastante a ação que foi realizada por uma quadrilha na cidade de Arês no fim de setembro. O crime foi praticado por cerca de 20 homens, todos fortemente armados, divididos em vários veículos diferentes.
Os bandidos arrancaram o caixa eletrônico de um terminal de atendimento do Banco do Brasil da cidade e fugiram levando-o em um veículo tipo Sprinter, que pertencia à Prefeitura Municipal de Parnamirim e havia sido furtado pouco antes.
Na hora do assalto, os bandidos ainda fizeram três rapazes que estavam próximo ao banco de refém e os obrigaram a arrancar o caixa-eletrônico e colocá-lo no carro. Um deles foi liberado logo depois e os outros dois foram soltos pelo bando mais adiante.
Na fuga, os criminosos – uma parte deles usando máscaras de palhaços –, ainda efetuaram uma série de disparos contra o hospital da cidade e também contra a fachada da delegacia local. Por pouco, um médico que ouviu o barulho e resolveu abrir a janela do hospital não foi atingido por um dos disparos.
No momento do assalto, a delegacia da cidade contava apenas com um policial de plantão, que estava desarmado, sem colete à prova de bala e com a viatura quebrada.
Ao ser questionado sobre a ligação entre o assalto de Arêz e este último, em Carnaubais, Normando confirmou que a polícia trabalha com essa possibilidade. “Olha, foram registrados três casos dessa natureza recentemente. Nós estamos investigando para saber se esse pessoal que foi preso hoje tem alguma ligação com esse grupo (dos palhaços). Eu acredito que deva haver alguns remanescentes. Esse pessoal, entre eles, sempre há um contato para este tipo de coisa”, comenta Normando.
