POLÍTICA
Peluso x Eliana: encruzilhada do Judiciário
PUBLICAÇÃO: 01.10.2011De repente, não mais que de repente, como no poema de Vinícius de Moraes, uma imensa onda de protesto se formou e espalhou-se rapidamente pelo País. Tudo isso a partir da ameaça da cúpula do judiciário brasileiro - à frente o presidente do STF, Cézar Peluso - de retirar poderes do Conselho Nacional de Justiça, comandado pela corregedora Eliana Calmon, de punir juízes que cometem crimes e tentam se esconder sob a toga.
Tão de repente como tudo começou, a vaga poderosa - a ponto de melar reputações e ameaçar de afogamento muita gente de anel de brilhante vermelho no dedo - dá a impressão de amainar, antes de completar uma semana.
A Corte Suprema fez um recuo estratégico. Desistiu de julgar na quarta-feira, como previsto, ação corporativa movida pela Associação dos Magistrados Brasileiros, destinada a retirar poderes do CNJ - e assim constranger e jogar para escanteio a corregedora em sua firme e corajosa ação de combate à impunidade.
"O momento não é adequado. Vamos deixar até que os fatos sejam mais esclarecidos", sintetizou o ministro Marco Aurélio Mello, relator da ação da AMB, ao explicar o adiamento do julgamento que assumiu características cruciais para o próprio futuro do Supremo, conforme alertou o senador gaúcho Pedro Simon (PMDB) em entrevista à revista digital Terra Magazine.
No dia seguinte, quinta-feira, o STF aceitou denúncia contra o deputado Paulo Maluf na ação que acusa o ex-governador de São Paulo e seus familiares de crimes contra os cofres do Estado e de "extraviar" a dinheirama para bancos estrangeiros.
Diante de tais fatos, os franceses provavelmente apelariam para uma de suas frases mais irônicas: "Honni soit qui mal y pense" (amaldiçoado quem pensar mal destas coisas). O ex-presidente francês Charles de Gaulle preferiu fazer avaliação mais dura em uma de suas frases mais famosas...
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POSTADO NO BLOG DE RICARDO NOBLAT DO GLOBO