sábado, 22 de outubro de 2011

POLÍTICA
Situação fica delicada após novas revelações
Redação Carta Capital
PUBLICAÇÃO: 22.10.2011


O ministro do Esporte, Orlando Silva. Foto: Agência Brasil
Menos de 12 horas após se reunir com a presidenta Dilma Rousseff, e receber a garantia (pública) de que não seria rifado “sumariamente”, o ministro do Esporte, Orlando Silva, voltou a ficar em situação delicada após novas suspeitas reveladas no sábado 22.
João Dias Ferreira, que acusa Orlando Silva de receber propina na garagem do ministério, levou a público gravações de uma conversa ocorrida em abril de 2008 entre ele dois assessores diretos do ministro: Fábio Hansen, ex-chefe-de-gabinete da Secretaria de Esporte Educacional (e responsável pelo programa Segundo tempo), e Charles Rocha, da secretaria executiva da pasta.
A gravação faz parte das provas que ele diz ter em mãos e que serão levadas, segundo ele, à Polícia Federal na segunda-feira 24. A gravação, revelada neste sábado, sugere que os assessores tentaram aliviar o policial (que era militante do PCdoB) diante de supostas irregularidades cometidas pela ONG que ele presidia. Na conversa, ele cobra a solução do problema. “A gente pode mandar lá um ofício desconsiderando o que a gente mandou”, teria dito Charles Rocha na conversa. “Você faz três linhas pedindo prorrogação de prazo”, completou Hansen, que orientou o policial a falsificar a data do pedido de prorrogação de um convênio entre sua ONG e o ministério.
Como combinado, a operação foi bem-sucedida. Ao menos na época: uma auditoria nos convênios do policial, realizada pelo ministério, só ocorreria um ano e meio após o encontro. Em sua defesa, Orlando Silva afirma que o acusador é um delinquente e tenta se vingar por ter sido denunciado pelo ministro.
Outras acusações
No mesmo dia, foi publicada uma entrevista com o pastor evangélico David Castro em que ele afirma: o Ministério do Esporte cobrava 10% de propina para liberar recursos para convênios com uma ONG comandada por ele. Em nota, o ministério afirmou que a reportagem se apóia numa acusação “sem provas” de um acusador “envolvido em irregularidades”.
“David Castro, sem apresentar qualquer  justificativa,  se recusa a apresentar o nome do suposto servidor que o teria procurado. Nega-se até mesmo a informar o cargo que seria ocupado por esse suposto servidor”, diz a nota.
 policial militar, João Dias Ferreira, autor das denúncias sobre um suposto esquema de desvio de verbas do programa Segundo Tempo, do Ministério do Esporte, fala com a imprensa, após depor na Polícia Federal. Foto: Agência Brasil


O ministério informou ainda quue o pastor é cobrado pelo Ministério do Esporte para devolver recursos  desviados na execução de convênio com esta pasta. “Além disso, o senhor David Casto responde ao Ministério Público Federal por irregularidades em convênio.”
Em relação a outra notícia, a de que a mulher de Orlando Silva obteve verba pública, publicada no mesmo dia, o ministério respondeu que não há irregularidade no convênio assinado com a atriz Anna Cristina Lemos Petta (esposa de Orlando Silva). “A celebração deste convênio ocorreu em prazo regular, respeitando os trâmites requeridos (que tiveram início em março de 2010), atendendo aos critérios técnicos e jurídicos e obedecendo todas as regras previstas em lei”.
Sobre as revelações do policial João Dias, o ministério ainda não havia se manifestado até as 19h de sábado.
Edição 669


POSTADO PELA CARTA CAPITAL