sábado, 25 de setembro de 2010

Jornal diz que depósito comprova pagamento a filho de Erenice

Reportagem de 'O Estado de S. Paulo' mostra comprovante bancário.
Valor de R$ 120 mil teria sido pago após empresa ganhar permissão de voo.

Do G1, em São Paulo
Reportagem do jornal "O Estado de S. Paulo" publicada neste sábado (25) afirma que documentos bancários em poder da Polícia Federal comprovariam o transferência de R$ 120 mil para a conta de empresa Capital Assessoria e Consultoria, que pertence aos filhos da ex-ministra chefe da Casa Civil, Erenice Guerra, e a um ex-assessor da pasta.
De acordo com o jornal, o depósito ocorreu seis dias após a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) conceder permissão de voo à Master Top Linhas Aéreas (MTA). A revista Veja divulgou no dia 11 que o contato entre Israel Guerra, filho da ex-ministra, e Baracat fazia parte de um suposto esquema de tráfico de influência. O objetivo seria fechar um contrato de prestação de serviços entre a empresa e os Correios.
Segundo a reportagem publicada pelo jornal neste sábado, os papéis foram entregues à Polícia Federal (PF) pelo empresário Fábio Baracat, que representava a MTA em Brasília. Ele depôs à PF na quinta-feira (23).
O comprovante bancário da transferência eletrônica é de 24 de dezembro de 2009. O jornal afirma que, em seu depoimento, Baracat disse que, dos R$ 120 mil, R$ 100 mil foram destinados ao pagamento do "lobby" realizado pela MTA na Anac para obter a licença de voo, enquanto o restante era parte da mensalidade que pagava à Capital.
Além dos comprovantes bancários, a reportagem afirma que entre os papéis haveria documentos que mostram que Israel Guerra e seus sócios intercederam para que a Infraero reduzisse em fevereiro deste ano uma multa de R$ 723 mil imposta à MTA. O valor para esse serviço seria de R$ 50 mil. De acordo com o jornal, Baracat qualificou essa cobrança, durante depoimento, como propina.
Entenda o caso
A denúncia de tráfico de influência dentro da Casa Civil envolvendo o filho de Erenice e a MTA foi a primeira a fragilizar a permanência da sucessora de Dilma Rousseff (PT) na Casa Civil.
Erenice entregou o cargo na quinta-feira (16), após outra denúncia relacionada a uma suposta cobrança de proprina. Israel Guerra foi envolvido em duas denúncias: cobrar comissões de empresas para liberar crédito no BNDES e para renovar concessão na Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).
Envolvidos negam
A ex-ministra negou as denúncias. Em nota, diz que deixou o cargo para ter "paz e tempo" para se defender. Colocou os sigilos telefônico, bancário e fiscal à disposição.
Desde que os casos foram divulgados, o G1 busca contato com Israel Guerra, Vinícius Castro, Capital Assessoria, que não informaram seus posicionamentos.
DEU NO G1 / SITEMA GLOBO DE TELEVISÃO