Caso Erenice faz Dilma perder 4 pontos em São Paulo
Publicação: 24.09.2010
Queda é detectada entre eleitores paulistas pela pesquisa DIÁRIO/Ipespe. A petista cai de 40% para 36%, enquanto José Serra ganha um ponto e alcança 37% no estado. Marina Silva sobe de 14% para 18%
João Carlos Moreira
As revelações de casos de corrupção na Casa Civil da Presidência da República atingiram a imagem da presidenciável Dilma Rousseff (PT) diante do eleitorado paulista.
Pesquisa DIÁRIO/Ipespe feita na terça e na quarta-feira mostrou queda de quatro pontos na intenção de voto da petista no estado. O candidato do PSDB, José Serra, voltou a liderar a disputa entre paulistas, mas Marina Silva (PV) foi a mais beneficiada no novo cenário, subindo quatro pontos.
De acordo com o levantamento, Dilma caiu dos 40% da pesquisa anterior, feita nos dias 14 e 15, para 36%. No mesmo período, Serra oscilou positivamente de 36% para 37%, enquanto Marina saltou de 14% para 18%. Tanto a queda de Dilma como a subida de Marina estão além da margem de erro, que é de 3,2 pontos percentuais para mais ou para menos.
A influência do escândalo Erenice na votação de Dilma foi detectada em perguntas feitas aos entrevistados. A maioria tomou conhecimento do caso e 34% se disseram menos dispostos a votar na petista após o episódio.
"O escândalo afetou Dilma e interrompeu a trajetória de subida que ela tinha no estado. O caso da quebra de sigilos fiscais da Receita não havia atingido a candidata, mas agora houve repercussão", disse o cientista político Jairo Pimentel Júnior, consultor da pesquisa.
O impacto na campanha de Dilma já havia sido detectado na pesquisa nacional do Datafolha de quarta-feira. Segundo o instituto, há possibilidade de um segundo turno na eleição.
O Datafolha mostrou que, em 22 de setembro de 2006, Lula tinha 49%, contra 41% da soma dos adversários, mas a disputa foi ao segundo round. Agora, Dilma tem 49% contra 42% dos oponentes.
A pesquisa DIÁRIO/Ipespe foi feita por telefone nos dias 21 e 22 de setembro. Foram entrevistados 1.600 eleitores em cem cidades do estado de São Paulo, sendo 600 entrevistas na capital e mil em outros 99 municípios paulistas. A pesquisafoi registrada com número 87454/2010 no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) de São Paulo e 31415/2010 no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Deu no Diario de São Paulo / SP