‘Fiscalização de aplicação das verbas é deficiente’
PUBLICAÇÃO:06.02.2011
O número de ações de improbidade administrativa do Ministério Público Federal (MPF) contra ex-gestores cresce a cada ano. Em 2010, a estatística apontou que a média foi de a cada seis dias o MPF entrava com uma denúncia desse tipo. No total, foram 68 de improbidade.
No ranking de ex-gestores que se tornaram réus nos processos, o primeiro lugar é o ex-prefeito de Santa Cruz, Luiz Antonio Lourenço, o Tomba, que somente ano passado foi denunciado sete vezes, sendo três ações penais e quatro de improbidade administrativa. O que surpreende é que ele foi eleito deputado estadual nas últimas eleições.
Para o coordenador do Núcleo de Combate à Corrupção, procurador Rodrigo Telles de Souza, fatos como esse mostram que a população ainda não faz a relação dos desmandos dos recursos públicos com o prejuízo dos serviços para comunidade.
“A gente verifica que a população, que forma o corpo de eleitores, ela não atribui a devida atenção a questão da probidade na gestão dos recursos públicos. Isso ainda não é considerado como motivo para não votar em uma pessoa. Verificar se ela agiu com regularidade no passado isso ainda não é feito”, observa, apostando que o amadurecimento se dará a longo prazo.
Rodrigo Telles observa que falta uma observação mais aguçada das pessoas para perceberem a extensão dos prejuízos provocados pelos desvios de recursos praticados por ex-gestores. “As pessoas não raciocinam adequadamente para compreender a situação. Um ex-gestor que desvia um recurso público ele prejudica a vida de milhares de pessoas. Impede que um hospital tenha boas condições de funcionamento, causa a morte de muitas pessoas que não têm o atendimento devido, impede que seja prestado um serviço de educação de qualidade, ele prejudica a vida de milhares de crianças”, destaca.
MATÉRIA DA TRIBUNA DO NORTE