segunda-feira, 4 de julho de 2011

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Depoimentos do caso Anderson Miguel continuam ocorrendo
PUBLICAÇÃO: 04.07.2011
Marco Carvalho - Repórter
Anderson Miguel, delator da Operação Hígia foi executado dentro do escritório onde trabalhava
Anderson Miguel, delator da Operação Hígia foi executado dentro do escritório onde trabalhava


Um mês e três dias depois do assassinato do advogado carioca Anderson Miguel da Silva, a Polícia Federal permanece ouvindo pessoas como parte das investigações. A informação é do delegado Élton Zanatta, chefe da PF no setor de repressão a crimes organizados.

O contato com a reportagem ocorreu durante a manhã desta segunda-feira (4), na sede da Delegacia Geral da Polícia Civil, Degepol. Ele classificou como "cantiga de grilo" os trabalhos de oitivas realizados pela polícia. "É um coisa que não para. Já tivemos, inclusive, que chamar  novamente as mesmas pessoas para novos depoimentos", afirmou Zanatta.

Os responsáveis pelo inquérito permanecem bastante cautelosos com as informações que cercam o caso. O delegado Zanatta diz ter descartado algumas das linhas de investigação, mas se recusou a esclarecer quais seriam. 
"Isso poderia afastar suspeitos. De qualquer forma, com mais de trinta dias de investigação tínhamos que ter descartado alguma coisa, caso contrário o trabalho não teria avançado", declarou.
O superintendente da PF, Marcelo Moselle, é ainda mais cuidadoso nas declarações. "Está indo", resumiu quando foi perguntado sobre o andamento do caso. Assim como foi antecipado pela TRIBUNA DO NORTE no dia 22 de junho, ele esclareceu que foi pedido a prorrogação do inquérito por mais trinta dias. "Mas o prazo pode ser ampliado caso seja preciso. Não é nada certo", finalizou.

Memória
O advogado e empresário Anderson Miguel da Silva foi assassinado na tarde do dia 1º de junho passado. Eram aproximadamente 17h15min quando um homem adentrou o escritório do grupo Advogados e Associados na Avenida Miguel Castro, 836. O "cliente" procurou pelo advogado Anderson Miguel, para tratar de uma causa de pensão alimentícia. Autorizado a entrar no prédio pelo próprio advogado, o homem foi até à sala de Miguel e, minutos depois, quatro disparos foram efetuados.

O pseudo-cliente fugiu do local num Siena branco com auxílio de um comparsa. Anderson Miguel era um dos réus e o delator da Operação Hígia e foi executado com quatro tiros de pistola ponto 40 que lhe atingiram o peito e a cabeça. Um suspeito chegou a ser detido na noite do crime, mas após acareação com testemunhas, foi liberado. O caso continua sendo um mistério.
FONTE: TRIBUNA DO NORTE